quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Quase um Sheik Valentino...

Lá vinha ele, sucedendo-se entre as moças e moças-donzelas da região. Com seu peculiar jeito cabreiro sedutor.

Não perdia tempo. E como não perdia. O Don Juan das redondezas não escondia o fardo de ser como é. Ao contrário. Fazia do fardo a bandeira de sua virilidade. Tal como a cobra mais venenosa faz do veneno.

Tamanho garbo e altivez exuberavam galanteias até nas mais das mais donzelas das donzelas. Era puro charme. Mais que encanto pessoal - era um macho alfa. E sem primazia.

Afável como si só, parecia colecionar o que mais convém de cada um da espécie dos seus. Na boca das moças, e até na dos discípulos de seus métodos empíricos comprovados, era aclamado como o sabichão, o padre-mestre no assunto mulher.

Promessas de amor, namorico, casamento, vindas dele, pareciam mais lorotas para nenê ninar. Coitadas delas, daquelas, donzelas que foste por ele envenenado. Ah, coitadas.

Não, não coitadas! Cair num papo fanfarrão assim não merece compaixão, não! Ora, Oras.

Como já disse, o verdadeiro Don Juan não negava o que era. E era mais que ser – era um estar constante. A cumplicidade perfeita de um ser e estar personificada em homem.

Pertencia a ele. A elas. Ao seu harém.

Era singular. Mesmo sendo plural em virilidades.

Todavia, por detrás daqueles encantadores óculos Ray Ban – tão dele como ele - havia um homem só. Mesmo muito acompanhado.

Um comentário:

Pedro Staite disse...

Pura diversão esse post! Vai incrementar meu vocabulário, pois vou ler de novo com algum auxílio acadêmico, haha.