Vejo-te diferente.
Meio calvo. Com a barba e os cabelos grisalhos.
Com expressões faciais que mais parecem cicatrizes.
E olhos fundos.
Observo-te e vejo o quanto o tempo fez-se disposto em deixar sua marca.
Meus olhos curiosos te fitam - surpresos e aflitos.
E questionam-se: como pôde tudo resumir-se à aparência?
O tempo foi rude contigo. Fez-te velho.
E comigo. Fez-me julgar você só pela aparência.
E não me peças para aceitar a mudança que eu não acompanhei.
Seria capaz de adorar um senhorzinho estranho.
Mas a você velho, não!
A aparência não é nada mesmo.
Mas em você ela soa diferente.
Faz-me contar o tempo e a espera.
Por favor, não me venhas assim, tio, depois de tudo.
Ou verás o quanto a minha superficialidade é capaz de te desprezar a cada ruga que eu notar.
E a contar o tempo que você levou para voltar.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
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