segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Tempo, mano velho.

Vejo-te diferente.
Meio calvo. Com a barba e os cabelos grisalhos.
Com expressões faciais que mais parecem cicatrizes.
E olhos fundos.
Observo-te e vejo o quanto o tempo fez-se disposto em deixar sua marca.

Meus olhos curiosos te fitam - surpresos e aflitos. 
E questionam-se: como pôde tudo resumir-se à aparência?

O tempo foi rude contigo. Fez-te velho.
E comigo. Fez-me julgar você só pela aparência.
E não me peças para aceitar a mudança que eu não acompanhei.

Seria capaz de adorar um senhorzinho estranho.
Mas a você velho, não!

A aparência não é nada mesmo.
Mas em você ela soa diferente.
Faz-me contar o tempo e a espera.

Por favor, não me venhas assim, tio, depois de tudo.
Ou verás o quanto a minha superficialidade é capaz de te desprezar a cada ruga que eu notar.
E a contar o tempo que você levou para voltar.