terça-feira, 14 de abril de 2009

Os desafinados também têm um coração...

Sabe o que é pior? Quando um colega teu te atravessa a alma com uma dessas:

- sabe aquela música, daquela banda X !? Aquela, menina, que baixei no meu mp4. E no meu pc também! Poxa! Ouço direto. Tá sempre dando as caras lá no meu msn. Boa, né?

- aham (desconversando)

- Então, é um Hardcore maneiro. Me amarro. E aí, tem ouvido muito também?

- É que ando meio sem tempo para baixar músicas e tal, sabe? Tenho escutado as antigas, que já estão no meu mp3.

- Atah. Sei como é. (demasiadamente incrédulo)

Já basta você querer estar em dia no acumulado de textos e afazeres que uma faculdade de comunicação requer. Ter de acompanhar a vergonhosa chacota que o Congresso consegue fazer diariamente. Sacar de economia para tentar entender toda essa oscilação das bolsas - que uns executivos imperialistas norte-americanos e sem coração infestaram no sistema. Ser uma pseudo-entendedora de futebol. E, ainda, tentar não preterir todos os romances e filmes que você separou com todo carinho na estante de sua casa e/ou cogitou ler, assistir.

Já basta você ter que conviver com isso tudo (isso quando consegue). Pedir que saiba a fundo de música e, principalmente, de Rock (e suas consoantes) é um pouco demais, não acha?

Esse aglomerado de bandas e gêneros - cada vez mais ramificados - musicais que surgiram e estão surgindo no cenário fonográfico chega ser assustador. Cada vez mais variações vão sendo percebidas e dissipadas. Parece haver uma mutação constante acontecendo na música. E para o meu desespero, carregam pra si números e mais números de fãs.

Desde o aparecimento do Rock, lá pela década de 50, até os dias atuais, tem-se notado uma infinidade de sub-gêneros do mesmo. Como: Indie Rock, Punk Rock, Grunge, Rock Pisicodélico e muitos muitos outros.

E quando eu deveria achar isso tudo muito progressista, coerente com o curso da história. Coerente com advento de novas tecnologias e ferramentas instrumentais promotoras de novas singularidades aos “sons” e, também resultado idéias genuínas, ao invés de achar isso e ser partidária desse crescimento – eu desespero-me.

Acho uma perda de personalidade. E acho também isso tudo muito comercial.
Mas sei que muita gente não pensa assim.

É extremamente constrangedor passar por uma ocasião parecida com a mencionada acima. Pelo menos para mim.

Não que eu não ache agregador um sujeito ficar todo antenado nos novos top fives da música. Marcar presença constante no Last Fm. E acompanhar a trajetória e evolução das suas bandas e músicos favoritos. Acho lindo e até tenho inveja disso. É legal você educar e desenvolver seus ouvidos.

No entanto, é extremamente brochante aquele sujeito que, além de seguir os caminhos (ou descaminhos) musicais tomados por seus músicos prediletos, ainda consegue encontrar tempo e entendimento para os demais (Com estilos diferentes). Ah! Vai ser eclético assim lá em Pindamonhangaba.

Acho que isso tem que partir da pessoa. Se você gosta dessa mescla toda de sons e até consegue classificar/ identificar particularidades de um rock para o outro e, ainda faz uma faculdade que não é de música: Parabéns! Seus ouvidos são realmente promissores. E você também! Mas, por favor, não esbanja isso para pessoas leigas no assunto como eu, não. Não sabe a depressão que isso causa.

Talvez eu que seja fiel demais ao meu “estilo”. Não sei!

E não tenho credibilidade nenhuma para falar nesse assunto todo que dissertei.

Embora não seja conhecedora e adepta a toda essa evolução musical, também não estou desmerecendo a minha skill de fazer uma matéria "boazona" sobre alguma bandinha dessa linha, para uma Rollings Stones da vida, por exemplo. Caso a mim fosse atribuída essa função. E caso eu estagiasse numa editoria de cultura e numa revista com a Rollings. Afinal, para que serve o Wikipedia?

Mas isso tudo é balela.

Quer saber: o que eu quero mesmo é fazer um curso “intensivão” das fases do Rock e nunca mais boiar numa conversa de bar.

2 comentários:

Anônimo disse...

hahaha.....mais uma vez excelente..de verdade \o/

acho toda essa mistura musical um caminho sem volta...uma tendência que é característica, por exemplo, nos movimentos artísticos, principalmente no início do século passado...resultado de um mundo cada vez mais urbano, industrializado e com avanços mais profundos da tecnologia. o fim social e econômico de tudo isso como sabemos é a globalização, e para tanto, a música não poderia ficar de fora.

será realmente que o fato da absorção, curtição e compra de toda essa idéia da mistura musical significa perda de personalidade e/ou apenas uma estratégia comercial? acho q é um comportamento de adequação e que será mais comum no decorrer dos tempos.

viajo um pouco em meu raciocínio e acho q todos viemos de um mesmo lugar; e por nossas diferenças nos distanciamos; e de novo estamos aqui....permitindo-nos uns aos outros e compartilhando o gosto do próximo, por mais que seja apenas um pouco do tempero. voltaremos ao mesmo ponto em comum...

tudo flui, acho que não devemos nos sentir "obrigados" a saber os zilhões de tipos diferentes de rock...yeah!

apenas envolva-se naturalmente num mundo onde estamos cada vez mais "junto e misturado" :(:) Ah, também não podemos nunca nos esquecer daquele velho ditado: "cada um no seu quadrado"...heh

Anônimo disse...

Na verdade, eu penso da seguinte forma: cada um com seu cada um. A subjetividade das pessoas é o que realmente importa. Se você é isso ou aquilo, o problema é seu. No entanto, devemos curtir coisas que nos fazem sentir bem. Como, por exemplo, jazz, bossa nova, blues ou até mesmo rock. Mas para você debater tudo isso numa mesa de bâr, é necessário conhecer o passado para conhecer o presente. Eu, realmente, acho super bacana você ouvir um ótimo som num dia qualuqer, seja uma manhã fria ou num dia de praia. Gosto é gosto e não se discute. Boa sorte no seu blog!